segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A propósito de Lolita, de Nabokov


Não vou aqui negar (quem sou eu para isso?!) a genialidade de Nabokov. Nem sequer ponho em causa as intenções do escritor russo. Mas o certo é que escrever sobre os limites da sanidade mental do ser humano, é rentável. Exemplos como este repetem-se ao longo de toda a história da literatura e das artes. Um grande romance dificilmente se pode basear na vida de um homem comum. Há que procurar o “anormal”, no sentido mais ingénuo do termo.
Embora esta procura do anormal possa ser considerada de forma ingénua, a verdade é que ela muitas vezes cria um verdadeiro desassossego no espírito do leitor que, na minha opinião, transporta uma carga mais negativa que positiva.
Neste caso, trata-se do amor por uma criança (ou adolescente). Até que ponto este livro este caso de amor é ou não criminoso? Não estou a dizer que seja, mas atinge os limites de tal epíteto. E nesse sentido, não posso deixar de o considerar, em boa consciência, um livro perigoso. Longe de mim desincentivar a sua leitura ou sugerir qualquer forma de censura, mas considero que a sua leitura deveria ser acautelada por uma informação que incentivasse o leitor a exercer, o mais possível, o espírito crítico.

3 comentários:

  1. Não li, mas vi o filme.
    A psique humana é muito vasta e complexa, lá isso é.

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  2. Não li, não vi o filme, mas o que li sobre a história no limiar da pedofilia, não me agradou como temática! Ler é um prazer, não faço fretes... :)

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  3. Sabes, Teté, às vezes é preciso coragem para dizer: este livro pode ser uma obra-prima mas para mim não presta; acho que foi isso que eu quis dizer...

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