terça-feira, 23 de agosto de 2011

Portugal e Brasil - uma Língua, uma Pátria


Só não uso ainda o novo acordo ortográfico por mero comodismo; passa-se o mesmo fenómeno que em 2001 (salvo erro) com a introdução da nova moeda, o euro. Podendo usar os velhinhos escudos, a maioria de nós continuou nos seus cómodos hábitos de fazer contas em “moeda antiga”.
No entanto, sem ser um fervoroso adepto do novo acordo, reconheço os seus méritos que, na minha opinião, suplantem os defeitos. Dizem os detractores portugueses que este acordo é uma submissão aos interesses brasileiros. E daí, pergunto eu?
Em Angola há 19 milhões de pessoas falando português; em Moçambique são 20 milhões; Cabo Verde, Guiné Bissau e S. Tomé e Príncipe, em conjunto, rondam os 2 milhões; no Brasil há 190 milhões. No total, estamos perante cerca de 231 milhões de pessoas a falar português. Em Portugal somos 10 milhões, ou seja uma ínfima minoria!
É evidente que se podem evocar razões históricas para a tentativa de preservar o português original; mas nem o novo acordo põe em causa as raízes históricas da língua nem o passado deve ofuscar a realidade presente.
Acresce a esta situação uma outra realidade que devemos ter em conta: a língua portuguesa tem muitas dificuldades em afirmar-se na Europa, com consequências que já abordei num post anterior. Isto acontece por se tratar de uma língua difícil, com regras muito pouco comuns a quem tem como língua mãe o francês ou o inglês. Ora o português do Brasil tem tendência para simplificar a língua, ao contrário do português de Portugal; isto só nos pode trazer vantagens pois facilitará o contacto com as outras línguas.
Em suma, posso dizer que o novo acordo ortográfico é um passo em frente não só na simplificação da nossa língua como também na uniformização de uma grande pátria que é, no dizer do poeta, a língua portuguesa.

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